Episódio especial do TomorrowCast hosted by Colletivo Design por Vanessa Queiroz
A missão do Institute for Tomorrow ao SXSW 2025 — em parceria com a ABEDesign e com o patrocínio da Cielo e da Diageo — segue gerando desdobramentos potentes. Neste episódio do Tomorrowcast, gravado diretamente dos estúdios da Empath em São Paulo, Vanessa Queiroz, sócia do Colletivo Design, assume os microfones para uma conversa essencial sobre os aprendizados do festival pela lente do design.
Ao lado de Larissa Dallal, da ABEDesign, Kenji, da Hands, e Guilherme Dallaqua, do Grupo LOI, a conversa avança por provocações que reforçam uma narrativa que vem crescendo desde Austin: o design como linguagem crítica, como cultura e como sistema. Não estamos mais falando de estética. Estamos falando de intenção, impacto e transformação social — temas que permearam as trilhas mais relevantes do SXSW 2025.
Design sistêmico e saúde social
A abertura do SXSW 2025 trouxe um chamado urgente: o crescimento da epidemia da solidão, com impacto real sobre a saúde mental, produtividade e pertencimento social. Para quem trabalha com design — entendido aqui como forma de articular experiências, jornadas e relações — a provocação foi direta: como o design pode atuar nesse campo sensível entre tecnologia e humanidade?
“Não é sobre ir contra a digitalização, é sobre equilibrar. Criar intencionalidade nas interações digitais”, provocou Kenji. A lente do design ajuda a enxergar os vazios: o SXSW evidenciou que estamos interagindo com marcas e ambientes de trabalho por interfaces que ainda carecem de empatia, contexto e propósito.
Creator economy, TikTok Shops e o novo papel do design
Gui, da Loy, trouxe à mesa um panorama do futuro da creator economy, especialmente com a chegada do TikTok Shops ao Brasil: “Estamos diante de uma explosão de creators que deixam de apenas inspirar e passam a converter. É uma mudança profunda no funil de influência. E isso exige uma nova inteligência visual, uma nova lógica de design para vendas.”
Se antes o ponto de venda era físico, agora o palco é digital, live e algorítmico. O desafio do design? Manter coerência, identidade e velocidade em escala. Vanessa complementa: “Criar sistemas visuais é imperativo. O design deixa de ser entrega final para se tornar infraestrutura viva da marca.”
Design para experienciar: o que a Coreia e Fukushima nos ensinaram
O episódio ainda revisita experiências sensoriais vividas na XR Expo do SXSW, como a instalação sobre Fukushima, que emocionou Vanessa e Larissa: “Era design puro — desde a narrativa visual até a materialização da memória.”
A Coreia do Sul também chamou atenção com uma ativação imersiva de skincare, que transformava o ponto de venda em um espaço de descoberta e ritual, misturando comportamento, cultura e branding com sofisticação visual e interatividade. “Estamos vendo o design assumir o papel de traduzir culturas, práticas e valores em experiências que emocionam e transformam”, conclui Vanessa.
Flatstock: o design em sua forma mais pura
Outro ponto alto do episódio é a Flatstock, a feira de pôsteres de shows feita por designers independentes, considerada um momento quase espiritual para quem vive o craft. “É o lugar onde o design resiste, com traço autoral e alma impressa em papel. Cada pôster carrega intenção, tempo e técnica — uma linguagem universal de comunicação emocional”, diz Gui.
Vanessa finaliza: “Ali está o design como arte popular, como conexão direta com a cultura, e não como embalagem. Isso nos lembra o valor do analógico em um mundo de IA.”
Provocações finais: o que aprendemos?
Design não é forma, é sistema.
O pertencimento será o novo diferencial competitivo.
Criadores serão marcas, e marcas precisarão criar como humanos.
Velocidade exige inteligência, não pressa.
Design é uma ponte entre dados, emoção e impacto.
Convidamos você a mergulhar nessa conversa
Assista ou ouça o episódio completo em sua plataforma favorita e não se esqueça de ativar as notificações para não perder os próximos capítulos da nossa série especial SXSW 2025.
Este episódio é uma produção original do Institute for Tomorrow, em parceria com a ABEDesign, patrocínio Cielo e Diageo, e conta com o apoio da Hands, LOI, 20Dash, aMadre, Colletivo Design e Questtono QNCO.
No futuro, o design será o fio que tece conexão entre tecnologia, humanidade e significado. E ele começa aqui.