O futuro do varejo, da inovação e da tecnologia não se constrói apenas no Ocidente. Cada vez mais, a China se afirma como um dos polos centrais de transformação global — referência em magnitude, velocidade e escala, mas também em algo ainda mais profundo: a inclusão digital que alcança do grande conglomerado ao pequeno comércio local.
No novo episódio da série “Por que devemos olhar para a China”, o TomorrowCast recebeu Viviane Vilela, diretora do E-Commerce Brasil e uma das vozes mais influentes do varejo nacional. A conversa revelou como a experiência chinesa não é apenas um retrato de futuro distante, mas uma provocação imediata para líderes, marcas e inovadores brasileiros.
A China além dos números
Vivi compartilhou sua primeira viagem ao país em 2023, período de retomada após a pandemia. O que mais a impressionou não foi apenas a grandiosidade das cidades ou o dinamismo do consumo, mas a forma como a inovação desce até a última milha.
Na China, soluções digitais que em outros lugares levariam anos para se popularizar já estavam incorporadas ao cotidiano: pagamentos instantâneos no pequeno mercadinho, integrações logísticas sofisticadas em áreas rurais e cadeias de supply totalmente conectadas. A tecnologia deixa de ser privilégio dos gigantes e se transforma em linguagem comum para toda a sociedade.
Esse movimento expõe a essência do modelo chinês: inovar não é apenas crescer — é integrar, democratizar e tornar acessível.
O olhar de Brasília e a perspectiva do Brasil
A leitura de Vivi conecta-se à sua própria trajetória. Em Brasília, no início de carreira no Sebrae, ela aprendeu a olhar para o todo, para o coletivo, entendendo que o desenvolvimento exige articulação entre diferentes interesses e atores.
Esse mesmo raciocínio é transportado para a China: um ecossistema de inovação só é realmente poderoso quando beneficia toda a cadeia — do grande varejista ao empreendedor local.
No Brasil, onde o varejo responde por mais de 60% do PIB e é o maior empregador do país, essa reflexão é crucial. O comércio não é apenas transação: é espaço de aprendizado, carreira, tecnologia e impacto social.
Uma provocação necessária
Como resume Vivi:
“Se você quer inovar em escala e magnitude, não olhe para o Ocidente. Olhe para a Ásia.”
Olhar para a China, portanto, não é apenas acompanhar um mercado que está anos à frente em termos de tecnologia e consumo. É aceitar a provocação de repensar nossos próprios limites, acelerar mudanças culturais e adotar uma visão de futuro mais ousada e inclusiva.
O papel do Brasil diante desse futuro
Para líderes e marcas brasileiras, a missão é clara: compreender a China não apenas como benchmarking, mas como referência estratégica. Em um mundo onde os ciclos de inovação são cada vez mais curtos, a capacidade de aprender com a velocidade e a escala chinesas pode determinar sobrevivência e crescimento no longo prazo.
O TomorrowCast, ao reunir vozes como a de Viviane Vilela, reforça esse papel de curadoria e tradução de futuros. Nossa missão é ampliar o repertório, provocar reflexões e preparar empresas e profissionais para um amanhã em que Oriente e Ocidente não competem apenas em mercados, mas em visões de mundo.
Esse artigo faz parte da série “Por que devemos olhar para a China”, que antecede a missão do Institute for Tomorrow ao país em Outubro de 2025. A missão do Institute for Tomorrow à China, realizada em parceria com o E-Commerce Brasil, ECBR, YouPix, IEST Group tem como propósito preparar líderes e marcas para compreender de perto como inovação, varejo e tecnologia moldam o futuro dos negócios