SXSW 2025 – Dia 3: da biotecnologia ao streaming, as tendências que estão transformando o mundo

Ben Stiller SXSW 2024 _ Paula Romano

Três dias de SXSW 2025 e já está claro: o futuro está sendo desenhado em múltiplas frentes, da inteligência artificial ao entretenimento, passando pela biotecnologia e pelo impacto crescente dos games na cultura digital. Entre tantas conversas que capturaram nossa atenção, algumas tendências aparecem como apostas certeiras: a fusão entre IA e criatividade, onde as máquinas ampliam o potencial humano sem substituir a curadoria; o mercado de entretenimento imersivo, que está mudando a forma como consumimos histórias; a biotecnologia como ponte entre ciência e negócios; e o gaming, que vem se consolidando como o próximo grande canal de marketing e conexão com as novas gerações. Vamos para os insights do terceiro dia?

Ben Stiller, Eddy Cue e Apple TV+: a arte de contar histórias

O streaming vem revolucionando a forma como consumimos histórias, mas o desafio de capturar a atenção do público permanece grande. Em um bate-papo Ben Stiller e Eddy Cue, VP sênior de serviços da Apple discutiram como a Apple TV+ está reinventando a distribuição de conteúdo. Stiller falou sobre sua experiência produzindo a série Ruptura, fenômeno da plataforma, enquanto Cue destacou a estratégia da empresa: investir menos em volume e mais em impacto, com produções que conquistam um público fiel. Para ele, o segredo do sucesso está na diferenciação e na criação de histórias que incentivam o envolvimento da audiência, como os fãs que criam teorias e discutem obsessivamente os mistérios da série.

A biotecnologia e a de-extinção

O que antes parecia ficção científica agora é um campo real de pesquisa: a de-extinção de espécies. O CEO da Colossal Biosciences, Ben Lamm abordou como a biotecnologia, IA e engenharia genética podem restaurar ecossistemas e redefinir o futuro da vida no planeta. A empresa trabalha na recriação do mamute-lanoso e do tigre-da-tasmânia, e Lamm explicou como esses avanços podem ajudar a mitigar as mudanças climáticas, revitalizando habitats naturais. Mas a conversa não ficou apenas na bioconservação, uma vez que os avanços no sequenciamento genético também estão abrindo caminhos para a longevidade, o tratamento de doenças e até a degradação de plásticos dentro do corpo humano.

A nova era do design com IA

O designer e tecnólogo John Maeda trouxe uma provocação essencial para quem trabalha com design: a IA não vai substituir designers, mas a forma de criar será completamente diferente. No centro dessa transformação está o conceito de AX (Agent Experience), onde a interação não é mais entre humanos e interfaces, mas entre agentes autônomos. E isso muda tudo. Ferramentas baseadas em IA estão removendo barreiras, tornando o design mais acessível e dinâmico. Tecnologias como embedding e modelos de difusão estão expandindo as possibilidades para designers e criativos, mas exigem um novo modelo mental para quem quer continuar relevante.

“Designers precisarão entender que a IA não apenas executa tarefas, mas cria fluxos contínuos de interação e adaptação”, explicou Maeda.

O fim do marketing em redes sociais e a ascensão dos games?

Já falamos disso em edições passadas do SXSW, e a cada ano fica mais evidente: as redes sociais tradicionais vêm perdendo relevância, enquanto os games vão se consolidando como o novo território da interação digital. O painel “Social Media Marketing is Dead, Long Live Gaming” mostrou como plataformas como Roblox, Fortnite e Minecraft já operam como verdadeiras redes sociais, e marcas que ainda não entenderam isso estão ficando para trás.

Enquanto o engajamento em Facebook e Instagram diminui, os mundos virtuais retêm a atenção do público por muito mais tempo. Conteúdos patrocinados duram, em média, 1,3 segundos nas redes sociais, mas até 11 minutos nos games. Empresas como Gucci, Versace e Walmart já estão apostando nesse espaço, enquanto a Meta tenta manter sua relevância com o Horizon Worlds.

Brené Brown e a liderança baseada na vulnerabilidade

O mundo do trabalho está mudando, e quem ainda lidera pelo medo e pela hierarquia rígida não vai sobreviver por muito tempo. Na gravação ao vivo do podcast “The Unusual Suspects”, Brené Brown falou sobre como a vulnerabilidade se tornou um diferencial para líderes e empresas que querem prosperar em tempos de incerteza.

Ela explicou que a vergonha e a empatia impactam diretamente a criatividade, a tomada de decisões e a forma como nos conectamos. Para Brown, a curiosidade é uma ferramenta poderosa para quebrar preconceitos, e um ambiente de trabalho saudável precisa permitir que as pessoas errem sem medo. Mas há um desafio: no mundo digital, a autenticidade se tornou difícil de sustentar. Os algoritmos reforçam padrões superficiais e criam uma ilusão de conexão, quando, na verdade, estamos cada vez mais distantes.

“A liderança eficaz exige vulnerabilidade. Quem evita o desconforto de ser visto e de errar, perde a chance de criar impacto real”, afirmou Brown, reforçando a necessidade de humanizar a gestão e o ambiente de trabalho.

Seguimos por aqui!

O SXSW 2025 continua nos impressionando, e a cada dia novas conversas reafirmam que a criatividade, a tecnologia e as conexões humanas são os motores do futuro. E não vamos parar por aqui. Continue acompanhando nossa cobertura por aqui ou em nossa newsletter, para ler os insights mais relevantes do evento. E se você gostou do que viu por aqui, compartilhe com quem também está de olho no futuro.

A missão SXSW 2025 do Institute for Tomorrow, em parceria com a ABEDESIGN, é apresentada pela Cielo e Diageo.

 

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