O South by Southwest começou com uma programação intensa, destacando os grandes movimentos que devem moldar os próximos anos. O Institute For Tomorrow está acompanhando de perto os principais insights e tendências emergentes deste encontro global e traz um resumo do que mais chamou a atenção da nossa equipe no primeiro dia do festival.
Conexões como um novo pilar do bem-estar
Na sessão de abertura, Kasley Killam defendeu que a saúde social será tão essencial quanto a saúde mental e física nos próximos anos. Segundo ela, conexões significativas não apenas aumentam a longevidade, mas também impactam diretamente o bem-estar individual e organizacional. Empresas que fomentam interação e pertencimento tendem a ter equipes mais inovadoras e produtivas.
“O futuro do trabalho está em criar rituais e uma cultura que apoiem a saúde social dos colaboradores. Se uma organização não prioriza os relacionamentos, ela tem muito a perder.”
— Kasley Killam, especialista em Saúde Social
Mas como fortalecer conexões em um mundo cada vez mais digital e acelerado? Killam apresentou algumas estratégias práticas para fomentar vínculos genuínos no dia a dia:
- Love List: liste as pessoas com quem deseja se conectar mais e crie lembretes para interações intencionais.
- Método 5/3/1: conecte-se com 5 pessoas, aprofunde 3 conversas e dedique 1 hora diária para interações reais.
- Priorize conexões reais: antes de abrir as redes sociais, envie uma mensagem para um amigo ou ligue para alguém próximo.
Hackeando o cérebro
A palestra do neurocientista Alysson Muotri trouxe um tema fascinante: os avanços no estudo do cérebro humano a partir da criação de mini-cérebros cultivados em laboratório. Essas estruturas, feitas a partir de células-tronco, estão permitindo pesquisas inovadoras sobre doenças neurológicas, envelhecimento cerebral e até os efeitos do espaço na cognição.
Muotri destacou como esses organoides cerebrais já estão sendo usados para estudar o autismo, Alzheimer e o impacto do vírus Zika no desenvolvimento neural. Além disso, há pesquisas em andamento para entender como substâncias psicodélicas podem influenciar a neuroplasticidade e abrir novos caminhos para a saúde mental.
Apesar das descobertas promissoras, ainda há desafios significativos, como a falta de tecnologia não invasiva para monitorar a formação de sinapses em tempo real e as implicações éticas do desenvolvimento dessas estruturas.
Privacidade digital: um direito, não um luxo
A presidente da Signal, Meredith Whittaker, fez um alerta incisivo sobre os riscos da IA no tratamento de dados sensíveis. Em sua visão, embora esses agentes prometam facilitar nossas vidas digitais, eles dependem de permissões que aumentam a vulnerabilidade a vazamentos e abusos de dados.
Whittaker criticou a indústria da IA pela coleta massiva de informações e por criar uma falsa sensação de segurança. Ela defendeu um modelo de tecnologia sem anúncios, sem coleta de dados e sem concessões.
“Privacidade não é um luxo, é um direito. Estamos correndo atrás de um gênio mágico para facilitar a vida digital, mas sacrificando nossas barreiras de segurança e privacidade.”
— Meredith Whittaker, presidente da Signal
As inovações tecnológicas do MIT no SXSW 2025
O MIT apresentou um panorama das tecnologias emergentes que prometem revolucionar áreas como inteligência artificial, robótica, saúde e sustentabilidade. Alguns dos principais destaques incluem:
- Small Language Models: modelos de IA menores, mais eficientes e focados em privacidade e personalização.
- Robôs que aprendem sozinhos: máquinas capazes de treinar a si mesmas em tempo real, acelerando a automação.
- Aço Verde e Combustíveis Limpos para Aviação: soluções de IA para reduzir a pegada de carbono industrial.
A lista completa pode ser conferida no MIT Technology Review – 10 Breakthrough Technologies 2025.
Os segredos para entender pessoas e prever o futuro
Rohit Bhargava, autor e especialista em tendências, compartilhou os sete segredos não óbvios para entender as pessoas e antecipar o futuro. Alguns dos mais marcantes foram:
- Ser único: a autenticidade cria conexões mais fortes.
- Identidade molda crenças: como nos enxergamos impacta nossas decisões.
- Vencedores não são campeões: o sucesso real vem do crescimento contínuo.
- Respostas fáceis são distrações: o valor está no que ainda não foi percebido.
A principal mensagem? “Pessoas que entendem as pessoas sempre vencem.”
As fangirls cresceram e agora movimentam bilhões
No painel “O Que Acontece com as Fangirls Quando Elas Crescem?”, especialistas discutiram como o fandom deixou de ser um nicho para se tornar uma potência cultural e econômica.
Hoje, fangirls não são apenas consumidoras apaixonadas – elas são criadoras, influenciando diretamente a indústria do entretenimento, remodelando mercados e impulsionando inovações. O painel destacou como a energia dos fãs se desdobra em dois grandes tipos de fandom:
- Fandom Affirmational: valoriza o consumo e a preservação da obra original.
- Fandom Transformational: usa a obra como base para criar algo novo, como fan arts, fanfics e cosplays.
A conclusão? O fandom não é apenas um público engajado, mas um motor de inovação que influencia tendências, produtos e até modelos de negócio no entretenimento global.
O que esperar dos próximos dias?
O SXSW 2025 já começou com provocações poderosas sobre inovação, cultura e sociedade. Os próximos dias prometem aprofundar ainda mais essas discussões, abordando temas como Inteligência Artificial Geral, Neurociência, Sustentabilidade e o Futuro do Trabalho.
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A Missão SXSW 2025 do Institute for Tomorrow, em parceria com a ABEDESIGN, é apresentada pela Cielo e Diageo.
