Estivemos presentes em diversos eventos, entre eles o Proxxima, evento referência da indústria da comunicação que ocorre anualmente em São Paulo e lideranças de marcas, agências, veículos e serviços da comunicação.
O ProXXIma 2024 trouxe discussões profundas sobre desafios e oportunidades futuras, destacando o impacto da inteligência artificial (IA) no trabalho, marketing de influência e inovação tecnológica. Ian Beacraft, CEO da Signal and Cipher, propôs uma visão diferenciada sobre a IA, afirmando que
“não é a IA o problema, e sim a liderança pobre, aderência a sistemas antigos e mindsets focados em tecnologia”.
Ele sugeriu delegar tarefas burocráticas para a IA, permitindo o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Beacraft enfatizou que a sobrevivência das empresas dependerá de sua capacidade de regeneração constante, adaptando-se às mudanças tecnológicas sem se prender a planejamentos fixos.
O marketing de influência também foi tema central. Michel Alcoforado, sócio do Grupo Consumoteca, revelou que 71% dos brasileiros seguem influenciadores nas redes sociais e 78% já compraram produtos recomendados por eles. “No Brasil, as pessoas continuam apostando em influenciadores como canais importantes para a própria visão de mundo”, afirmou Alcoforado. Ele destacou a necessidade de refinar as estratégias de influência para entregar valor real e fomentar conversas autênticas, ao invés de apenas promover produtos.
Simran Jeet Singh, diretor executivo do The Aspen Institute, trouxe uma abordagem inspiradora sobre esperança em tempos difíceis. Singh compartilhou que “gratidão é uma prática de esperança e pode se tornar uma atitude se você praticar suficientemente”. Ele sugeriu manter um diário de gratidão e tentar ver a humanidade em pessoas diferentes diariamente como formas de cultivar uma visão mais positiva do mundo.
No varejo, Carlos Siqueira, executivo de novos negócios em varejo da Thoughtworks, e Raquel Arruda, diretora de marketing da Shein, discutiram como a IA pode otimizar a jornada do consumidor. Siqueira enfatizou que “não é a tecnologia que você precisa olhar primeiro, mas qual o problema que o negócio quer solucionar”. Arruda destacou a personalização da experiência de compra, afirmando que “moldamos o aplicativo como um reflexo em tempo real daquilo que o consumidor deseja”.
Bruno Stefani, professor e conselheiro de inovação, e Wana Schulze, head de investimento e portfólio da Wayra Brasil e Vivo Ventures, abordaram a evolução das startups no Brasil. Schulze ressaltou que “o cuidado que mudou no investimento é que todos os fundos agora perguntam como as startups estão gerenciando o caixa”. Stefani reforçou a importância da inovação para a sobrevivência das empresas, defendendo a realização de testes com diversas startups para identificar aquelas que podem agregar valor a longo prazo.
Raphael Vicente, influenciador digital, compartilhou sua experiência na criação de conteúdo e a importância de se manter relevante no mercado. “Minha fonte de inspiração é a minha família”, disse Vicente. Ele destacou a necessidade de tempo adequado para a criação de conteúdo de qualidade, algo que muitas marcas não compreendem totalmente.
Ben John, VP de engenharia da Microsoft Advertising, falou sobre o papel da Microsoft na revolução da IA. Ele afirmou que “nossa missão é ajudar os parceiros a criar coisas incríveis para sua comunidade”. John destacou parcerias bilionárias com marcas como Estée Lauder e Coca-Cola, que estão utilizando a IA da Microsoft para inovar em marketing e operações.
No debate sobre os impactos da IA no mercado de trabalho, Ana Paula Prado, CEO do Infojobs, comentou que
“não podemos ter medo da inteligência artificial”
Ian Black, CEO da News Vegas, e Carolina Pinheiro, diretora de criação da AKQA, discutiram a necessidade de ajustar as expectativas em relação à IA, destacando que a tecnologia tende a potencializar as habilidades humanas, em vez de substituí-las completamente.
Erika Cabral, vice-presidente de mídia da BETC Havas, e Phil Chaves, vice-presidente da Epsilon, discutiram como a IA está transformando a mídia programática. Cabral mencionou que “até 2025, as empresas que trabalham com mídia já terão feito alguma integração de IA nas plataformas para otimizar as performances dos anúncios”. Eles enfatizaram a importância da integração de dados para otimizar as campanhas publicitárias e personalizar a experiência do consumidor.
O ProXXIma 2024 mostrou que a IA está no centro das discussões sobre o futuro do trabalho, marketing e inovação. Líderes de diversos setores destacaram a necessidade de adaptação e regeneração constante, bem como a importância de utilizar a IA para resolver problemas específicos e melhorar a experiência do consumidor. A esperança e a gratidão, conforme discutido por Simran Jeet Singh, são elementos fundamentais para navegar neste novo cenário tecnológico. O evento deixou claro que a colaboração entre humanos e máquinas será essencial para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que estão por vir.