Entre sinapses e inovações: a jornada de autodescoberta no SXSW

©Anugrah Lohiya / pexel.com

TDAH ou não TDAH? Essa é uma pergunta que me assombra há anos. Mas é simples, Camila, você já passou por um psiquiatra e tentou descobrir? A resposta é (até pela pergunta inicial vocês já podem imaginar): claro que não. Por quê? Não sei também responder. Tudo isso para tentar explicar que minha cabeça funciona em mil lugares e em lugar nenhum ao mesmo tempo, e hoje em dia tenho medo de perder essa característica. O que talvez explique a fuga do psiquiatra.

Escrevo do avião rumo à minha 8ª edição do SXSW (6ª presencial), filtrando as temáticas dos assuntos que pretendo ver e, embora para minha produtividade tenha sérios problemas com a minha capacidade de mudar de assunto a cada piscada que dou, acredito que olhar por outra perspectiva é um grande ativo quando precisamos conectar pontinhas tão distantes nas temáticas de negócio e de vida que hoje enfrentamos. Se ficarmos muito presas à usabilidade linear de um conteúdo, perdemos 99% da sua utilidade real.

O SXSW está menos diverso de temáticas do que nos últimos anos e, num primeiro olhar, pode parecer que estamos basicamente falando de inteligência artificial em todas as frentes. Mas isso porque a IA se tornou uma ferramenta gigante para dar velocidade à solução de desafios que enfrentamos hoje. E por isso, mais do que olhar para os temas por si só ou para a Inteligência Artificial, o evento nos provoca ainda mais neste ano a olhar as transversais, a aplicabilidade das soluções (IA e outras) e o que está começando a surgir no horizonte de novos padrões de cultura e comportamento.

Mas para tentar dar um pouco mais de tangibilidade ao que quero dizer com isso, vou citar alguns exemplos do que, apenas pela promessa das discussões, já começa a me interessar:

  • Saúde mental: começamos, finalmente, a sair da discussão da importância dela e trazer algumas ferramentas para isso. Psicodélicos são a promessa, mas realidades imersivas têm sua provocação, assim como a interseção com o impacto da saúde do corpo para a saúde mental. A partir daí caímos em biohacking, por meio de BCI (simplificando… coisas que colocamos no nosso cérebro para nos ajudar com funcionalidades fora do nosso corpo) ou medicações.
  • Relações das marcas e seus consumidores, passando pelo papel dos criadores de conteúdo, sustentabilidade, impulsionamento do uso das redes sociais e voltando para a saúde mental.
  • Computação quântica: essa é a “novidade” do mundo tech. Embora já tenha aparecido em outras edições, agora vem para dizer para o que realmente serve… vamos descobrir!
  • Liderança: pouco surgiu sobre produtividade, resultados, processos, mas muito sobre a construção de relação de confiança e segurança. E voltamos à saúde mental.

Só digo que meu cérebro pingue-pongue mais uma vez está ansioso para chegar ao seu “carnaval”, onde ele pode ser quem ele realmente é, sem que eu tente arduamente colocá-lo em uma caixinha de linearidade e produtividade.

 

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